Mármore ou Granito?

fevereiro 10, 2016

DIÁRIO DE OBRA

Óh dúvida cruel! Você entra na loja e fica sem fôlego ao se deparar com tantas opções de cores e desenhos. Aponta para aquela peça do mostruário que parecia estar te paquerando desde o momento em que pôs os pés ali e acha que resolveu seu dilema. Aí, o vendedor te olha com cara de “ihhh deu zica” e diz meio timidamente (se não for do tipo dono da verdade) que essa pedra não é recomendável para o que você precisa. 

Todo o mundo sente a mesma coisa quando se identifica com algo, mas se vê obrigada(o) a continuar a busca. Nada visto depois será exatamente o que você quer... frustrante!


As pedras podem causar um efeito assim, pois cada qual tem suas características próprias que se adaptam melhor a determinado uso ou local. Então, hoje vou tentar ajudá-la(o) a entender essas diferenças e usos entre o mármore e o granito, duas pedras muito utilizadas na construção e que certamente fará parte da sua vida se estiver construindo (dá uma espiada no Diário de Obra) ou reformando.


01- Dureza:

O mármore quebra facilmente, pois sua dureza é considerada baixa. É rocha composta por minerais carbonáticos como calcita (mineral de dureza 3 na escala de Friedrich Mohs) e dolomita. 

O granito é rocha ígnea, não carbonática, composta por minerais como mica, quartzo e feldspato, esses dois últimos são minerais de dureza 7 e 6 respectivamente, duas vezes mais duros e resistentes aos riscos do que a calcita (mármore).


02- Aparência:

Pedras naturais, ambas são rochas ornamentais por serem passíveis de polimento e largamente utilizadas na construção civil.

O mármore possui veios contínuos e marcantes que transformam sua superfície em um show à parte, por sua beleza plástica.

O granito, de forma geral, é visualmente composto de vários pequenos pontos e manchas coloridas dissociadas, bem diferente dos veios do mármore.

Para facilitar a identificação é só riscar a superfície com metal. O Mármore risca e o granito não.


03 – Resistência:

O mármore possui baixa resistência a agentes químicos, abrasão, riscos, impacto e tráfego.

O granito é considerado material de alta resistência quanto a impacto, tráfego, abrasão, riscos e agentes químicos.



04- Absorção:

O mármore caracteriza-se pelo alto nível de porosidade e médio a alto grau de absorção.

O granito é material de baixa porosidade e baixo grau de absorção.


05- Aplicação:

O mármore, por sua sofisticação e beleza, costuma ser bem empregado em lavabos, banheiros, frente de lareiras, escadas e paredes. 

O granito é indicado para áreas internas e externas, cozinhas, banheiros, lavanderias, churrasqueiras, espaço gourmet e ambientes comerciais; em parede e pisos. 

Não é exatamente uma regra rígida e sim uma sugestão do que se adapta melhor a cada situação; porém, para ousar, é preciso ter conhecimento suficiente sobre o material e seu destino.


06- Vantagens:

As vantagens do mármore:
- Beleza e sofisticação;

As vantagens do granito:
- Material de maior dureza;
- Mais resistente à absorção de água;
- Melhor resistência à abrasão;


07- Desvantagens:

As desvantagens do mármore:
- Material poroso e mole, desgasta rápido;
- Sensível aos ácidos, pode adquirir manchas sob a ação de vinagre e limão, por exemplo;
- Sensível aos produtos de limpeza, pode perder o brilho;
- Sua porosidade retém a sujeira, não sendo um produto muito higiênico para cozinhas.

As desvantagens do granito:
- Em comparação aos mármores, não possui um efeito visual tão sofisticado.


08- Conservação:

Apesar de o granito ser mais resistente que o mármore, os cuidados são os mesmos para ambos, pois “com o tempo”, o que desgasta o segundo, também será a ruína do primeiro.

- Diariamente, use pano úmido com apenas detergente neutro e incolor ou sabão neutro;

- Nunca utilizar produtos corrosivos: água sanitária, ácido muriático, (pode reagir com o ferro da pedra e facilitar o surgimento de manchas) etc.;

- Remover rapidamente óleos e gorduras;

- Pode ser usado hidrorrepelente para ajudar a proteger quanto às manchas.

- É possível recuperar o brilho de ambos com a contratação de firmas especializadas que trabalham com processos químicos de cristalização e polimento.



Pra você não ficar tão perdida(o) na hora de decidir sobre os acabamentos, um painel ilustrado. Melhor que fazer mímica na hora de explicar não é?!

A fase de acabamento na construção é muito dispendiosa e a mais tentadora também. Antes de partir para a escolha definitiva, pense no conjunto da obra, as pedras são apenas uma parte do todo. Avalie sua planilha de despesas e converse com quem entende, para que você possa abrir mão ou investir no que realmente fará diferença no resultado final.



09- Instalação: 

E lembre-se, algumas empresas vendem o produto com opção de instalação ou não. A vantagem de fechar negócio com a instalação no pacote é que a responsabilidade por qualquer problema ou trabalho mal feito será da própria empresa que forneceu o produto, por isso, pode sair um pouco mais caro.

Se você optar em contratar outra pessoa ou passar a bola para o seu pedreiro para economizar, esteja certa(o) de que ele dá conta do recado. Essa é uma situação de risco, pois se a pedra quebrar durante o processo ou ficar mal instalada, não existirá responsável e, provavelmente, você se verá no meio do jogo do bobo, no qual cada um empurra a bola para o outro. Ninguém quer ficar no prejuízo, mas alguém terá que tomar uma atitude e pôr a mão no bolso novamente...você.

Assim, fique atento aos gastos, mas cuidado com a economia de risco e boa obra!!

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Beijos, beijos!!








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